Ontem depois de ler uma notícia no endereço eletrônico do jornal O Globo, fiquei indignada. Um casal fez tratamento para ter filhos, e a mulher foi fecundada artificialmente com o "material" do próprio marido. Só que quando nasceram as trigêmeas, o pai rejeitou uma das gurias. E então a guarda DAS TRÊS foi tirada do casal.
Não acham isso um absurdo? Quer dizer que por causa do pai que rejeitou uma das filhas, a mãe também perdeu a guarda de todas. Sim, aquela mesma que passou nove meses com três fetos se desenvolvendo dentro do corpo em uma gravidez de risco (gravidez de gêmeos já é considerada de risco). Imaginei aqui o sofrimento indescritível dessa mulher.
Mais tarde, no Jornal do SBT a mesma notícia, só que totalmente diferente: o casal de classe média alta queria levar somente duas das gurias porque a terceira estaria com problemas respiratórios. E então, como o hospital não aceitou que abandonassem uma (que seria colocada para adoção) e o CASAL decidiu deixar todas lá.
Como assim, minha gente? "Ah, se você não quiser todas não pode ficar com nenhuma". E aí o casal resolve deixar as três para adoção. Então quer dizer que se largar todo mundo, beleza. Deixar só uma, não!?
Mas deixando o teor das notícias de lado, ela não deveria ser a mesma tanto na internet quanto no programa de televisão? Por que o mesmo fato tem duas versões tão discrepantes assim?
Isso me me fez lembrar a época em que cursava Jornalismo (era uma época em que ainda diziam precisar do diploma de jornalista para atuar) e assistimos ao filme "Mera coincidência".
Não me lembro com muitos detalhes, mas era uma história sobre a manipulação da mídia. Para desviar a atenção do povo de problemas reais (se não me engano, um escândalo com o presidente dos EUA - pra variar), inventaram uma guerra no raio que o parta.
Aí eu me pergunto: até onde posso confiar em alguma notícia? Ainda mais quando se encontram tantas versões da mesma.
E a mentira é tamanha que chega a (quase) convencer quem assiste ao filme.
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