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segunda-feira, julho 04, 2011

Religião Predominante

O assunto para este texto iria ser outro, mas devido a motivos de força maior (indignação), será a respeito de manchete dada na programação local de Mato Grosso do Sul.
Um feto morto foi encontrado no lixo do banheiro de um grande terminal de ônibus na cidade de Campo Grande, e a polícia agora está em polvorosa, porque é praticamente impossível encontrar a mulher que pariu ali naquele lugar.
O apresentador de certo programa local desceu a lenha e xingou a mulher - no horário de almoço, usando palavras como "vadia, biscate, vagabunda". E eu que achava que existia uma classificação de conteúdo e horário na televisão, mas enfim...

Podemos observar que em momento algum houve a preocupação com a saúde física e psicológica da parturiente, se o prematuro foi um natimorto...
Somente cogitaram que esta mulher pariu, não quis o bebê e o jogou na lata do lixo, sem se preocupar com a suposta saúde do filho. Ora, suposição por suposição, talvez essa criança já tenha nascido morta, e desorientada, a mulher que entrou em trabalho de parto de repente, o deixou ali e foi embora. Creio que uma gravidez de 7 meses e um posterior parto não sejam a mesma coisa que quebrar uma unha, jogar no lixo e ficar tranquila, esperando o pedaço quebrado se recompor. 
Essa mulher deve, no mínimo, ter entrado em estado de choque. Mas ninguém está preocupado com a saúde dela, somente com a vida de um bebê que provavelmente nasceu morto. A polícia está atrás para prender e punir, e não para socorrê-la e saber o que realmente aconteceu.

Essa é a realidade em como nós, mulheres somos tratadas no nosso país. Não há interesse em perguntar a nós a versão dos fatos, todos querem atirar pedras - quanto mais melhor. Aquela premissa cristã do "não julgueis para não serdes julgados" é só pra boi dormir, pois a religião predominante do Brasil se chama hipocrisia.

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