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domingo, julho 03, 2011

Terra Fria

Eu vi uma chamada no SBT para um filme que falava de assédio sexual e fiquei na dúvida se seria interessante ou não. De repente, depois de já ter entrado no décimo sono, acordei. E na tv estava passando o quê? Justamente o filme Terra Fria (sim, dormi com a televisão ligada).

Coincidência ou não, perdi o sono (claro, senão não estaria aqui escrevendo isso) e assisti ao filme que mal havia começado. Preciso dizer que o enredo foi além das minhas expectativas, apesar de ser "bem pesado". É uma história baseada em fatos reais, de uma mulher que entrou com um processo contra a mineradora onde trabalhava, por conta de grosserias dos colegas homens sofridas por ela e por suas colegas de trabalho.

Infelizmente não posso afirmar que o tipo de pensamento "essas mulheres estão roubando cargos que deveriam ser masculinos, então elas que aguentem nossas avacalhações" não existe mais. Mas continuando... 
O clima no ambiente de trabalho era horrível! Os homens trogloditas se achavam no direito de passar a mão nelas, desenhar obscenidades por todo o canto, dizer besteiras de cunho sexual, chamá-las de vadias e por aí vai (até escrever xingamentos com merda no banheiro feminino - dificilmente conquistado - eles fizeram). Sem dizer que tudo isso era feito sob clima de ameaça, pois se essas trabalhadoras fossem reclamar aos patrões, havia "retaliações" piores ainda. Mas enfim, assistam e saibam dos detalhes (já estou ficando estraga prazeres!).

Mas apesar de tudo, o fato que mais me chocou foi a história da vida pessoal da personagem, protagonizada pela atriz Charlize Theron. Adiantando (e estragando as surpresas do filme, desculpem!), imaginem que triste e revoltante o próprio filho considerar a mãe uma vadia e rejeitá-la. Ainda mais quando ele foi fruto de um crime, de um estupro. Acho ruim dizer que "senti pena", mas nossa... Uma mulher que levou uma gravidez assim, sendo que teria, até legalmente, o direito de abortar (ou doá-lo depois de nascer), ouvir isso de um filho que se tornou muito querido e uma das razões pelas quais ela se submeteu ao serviço na mineradora (sofrendo insultos e tudo mais).

Então me lembrei do pessoal pró-vida alheia, que defende a criminalização do aborto até em circunstancias cruéis como o estupro. Talvez eles não previssem uma situação assim, como mostra o filme.
Se eu já me emocionei só de assistir (e olha que sou durona), nem quero pensar se algo semelhante acontecesse comigo. Mas creio que teria desistido de tudo depois de viver algo semelhante.

Fica aqui essa dica de filme pra vocês. Não sei se a emissora irá repetir em breve (deveria), mas com certeza pode ser encontrado em locadoras ou até mesmo em sites especializados em downloads de filmes (encontrei em alguns endereços, como no Baixa Logo Filmes e no Just Filmes e Seriados).

Sinopse: Cansada de apanhar do marido, Josey com seus dois filhos pequenos, volta para sua cidade natal onde trabalha duro na mineradora Pearson. Ela só não esperava ser mal tratada e assediada sexualmente pelos homens da empresa e, diante da omissão dos seus chefes, recorre à justiça, tornando-se pioneira neste tipo de processo.

"O buraco é mais embaixo"...


Referências:
Imagem e sinopse retiradas de SBT - Filmes.


*Não me responsabilizo pelos downloads feitos nos endereços citados, pois nunca peguei filmes lá e não garanto a qualidade e segurança de páginas de terceiros.

2 comentários:

Marcos Borges ® disse...

Vou deixar baixando pra ver hoje depois de dormir. =)

Obrigado pela dica.

Docinho disse...

De nada, senhor Marcos (viciado em twitter, hein?).